Com diferença de 515 votos, candidatos à presidência de Honduras entram em empate técnico, e governo estuda recontagem

Candidato apoiado por Trump sai na frente nas eleições de Honduras Autoridades eleitorais de Honduras declararam nesta segunda-feira (1º) empate técnico ent...

Candidato apoiado por Trump sai na frente nas eleições de Honduras Autoridades eleitorais de Honduras declararam nesta segunda-feira (1º) empate técnico entre os candidatos à presidência Nasry Asfura e Salvador Nasralla, ambos da direita. Asfura liderava a contagem com uma diferença de apenas 515 votos sobre Nasralla até a última atualização da apuração dos votos. Diante da margem apertada, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), a máxima autoridade eleitoral do país, disse que o país entrou em situação de empate técnico, o que dá ao CNE o poder de exigir a recontagem dos votos ou convocar uma nova eleição. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A presidente do CNE, Ana Paola Hall, afirmou em comunicado que falhas técnicas também atrasaram a contagem -- o site do CNE, por onde a apuração é divulgada, ficou instável ao longo desta segunda e estava fora do ar até a última atualização desta reportagem. Hall disse também que o conselho ainda estudava o que fazer, mas pediu calma e paciência à população. 👉 Honduras realizou eleições presidenciais no domingo (30) em turno único -- ou seja, venceria o candidato com mais votos, por maioria simples. O vencedor substituirá a atual presidente, Xiomara Castro, da esquerda hondurenha, que deve deixar o poder após um mandato presidencial (leia mais abaixo). Até a última atualização desta reportagem, Nasry Asfura -- candidato conservador que recebeu apoio formal do presidente dos EUA, Donald Trump -- tinha 39,91% dos votos. Já Nasralla aparecia com 39,89% dos votos. Segundo o CNE, 57% das urnas haviam sido apuradas. A atual presidente hondurenha republicou em suas redes sociais uma mensagem de seu marido, o ex-presidente Manuel Zelaya, pedindo vigilância enquanto se aguarda a contagem final. Já Salvador Nasralla expressou confiança de que os votos restantes no norte, onde seu partido é mais forte, acabariam por superar os de Asfura. Rivais de direita Nasry Asfura durante a campanha para as eleições em Honduras, em 22 de novembro de 2025. Leonel Estrada/ Reuters Nasry Asfura, um filho de palestinos conservador, concorre pela segunda vez à presidência. Ele recebeu apoio formal do presidente dos EUA, Donald Trump, na semana passada. Ex-prefeito da capital Tegucigalpa, Asfura é o candidato do Partido Nacional, sigla manchada pela condenação do ex-presidente do país Juan Orlando Hernández. Mas o atual candidato também foi acusado de desvio de fundos e apareceu na lista do "Pandora Papers" de empresas offshore que sonegavam impostos. Salvador Nasralla exibe cédula durante votação nas eleições presidenciais de Honduras, em 1º de dezembro de 2025. Jose Cabezas/ Reuters Já Salvador Nasralla é uma personalidade da TV hondurenha que tenta a eleição presidencial pela quarta vez. De perfil mais liberal, ele se diz fã dos presidentes da Argentina, Javier Milei, e de El Salvador, Nayib Bukele. E diz que copiará ambos. Narrador de futebol, apresentador de concursos de beleza e estrela da televisão local, Nasralla concorre como candidato do Partido Liberal. Direita de volta ao poder Caso a contagem dos votos se mantenha, Honduras voltará a ter um presidente da direita, que governou o país por 12 anos seguidos até 2021. Naquele ano, Xiomara Castro venceu as eleições. Desta vez, no entanto, a candidata de Castro, a ex-ministra da Defesa e da Economia Rixi Moncada, alcançou pouco mais de 19% dos votos, segundo a última contagem do CNE.