Condenado a 153 anos: quem é o chefe de facção do RS procurado pela Interpol que já planejou fuga em massa de presídio
Benhur foi condenado por coordenar construção de túnel que serviria para fuga em massa de presídio Divulgação/MJSP e Rodrigo Bernardi/Agência RBS Apontad...
Benhur foi condenado por coordenar construção de túnel que serviria para fuga em massa de presídio Divulgação/MJSP e Rodrigo Bernardi/Agência RBS Apontado pela polícia como uma das principais lideranças da maior organização criminosa do Rio Grande do Sul, Tiago Benhur Flores Pereira tornou-se um dos homens mais procurados do Brasil. Ele está foragido desde 24 de julho de 2024, quando rompeu a tornozeleira eletrônica que usava durante uma prisão domiciliar humanitária. O nome de Benhur agora consta em duas listas de alta prioridade: a dos Procurados do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), que reúne alvos estratégicos para o combate ao crime no país, e a Difusão Vermelha da Interpol, que solicita sua localização e captura em 196 países. Ele acumula uma pena total de 153 anos, 5 meses e 15 dias de prisão. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp Alegando fortes dores na coluna por artrose e hérnia de disco, Benhur foi submetido a uma cirurgia. Em 11 de julho de 2024, a Vara de Execuções Criminais (VEC) de Porto Alegre concedeu a ele 30 dias de prisão domiciliar humanitária, argumentando que a Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (PASC) não teria condições para o tratamento pós-operatório. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Poucos dias após iniciar o benefício, em 22 de julho, a tornozeleira eletrônica foi rompida. O último sinal do monitoramento foi registrado na cidade de Esteio, na Região Metropolitana. Conforme o mandado de prisão expedido pela 1ª VEC em 25 de julho, a consequência da fuga foi a determinação de seu retorno ao regime fechado. Atualmente, existem cinco mandados de prisão ativos contra ele, expedidos por diferentes Varas Judiciais e por motivos distintos. Três são mandados de prisão preventiva, originados de Varas especializadas em Organização Criminosa, e indicam que, mesmo enquanto cumpria pena, ele era alvo de novas investigações. Um desses mandados preventivos foi expedido em 18 de julho de 2024, dias antes da fuga. Caçada nacional e alerta da Interpol Segundo o delegado Gabriel Casanova, titular da Delegacia de Polícia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC), foram realizadas diversas diligências no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná, mas sem sucesso. A polícia também trabalha com a hipótese de que ele tenha fugido para o exterior. "Chegamos a receber informações que ele poderia estar na Bolívia, mas essa informação não conseguimos confirmar ainda", afirmou o delegado. A inclusão na lista do SUSP, definida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o coloca como um alvo cuja prisão é estratégica para desarticular a facção. Já o alerta da Interpol o transforma, oficialmente, em um foragido internacional. Tentativa de fuga em massa A periculosidade de Benhur é exemplificada por um de seus crimes mais audaciosos: o plano de construir um túnel para uma fuga em massa do Presídio Central de Porto Alegre, em 2017. A "Operação Túnel Santo", do Departamento Estadual de Investigação do Narcotráfico (Denarc), frustrou a ação. A investigação apontou Benhur como mentor e financiador do projeto, que custou cerca de R$ 1 milhão e visava libertar mais de mil presos da mesma facção. O valor cobria a compra de um imóvel, pagamento de "tatus" (escavadores) com salários de R$ 1 mil semanais, além de moradia e transporte. Para não levantar suspeitas, a terra retirada era armazenada dentro da casa. A estrutura, que já tinha 47 metros de comprimento, contava com equipamentos de ar-condicionado portáteis. Faltavam cerca de 40 metros para alcançar o pavilhão dos detentos. Somente por este crime, ele foi condenado a 37 anos e oito meses de prisão. Outros crimes Benhur também exercia poder dentro do sistema prisional. No Presídio Central, era o "prefeito" dos detentos do Pavilhão B, posição de liderança que o colocava como representante dos presos perante a administração da cadeia. Sua ficha criminal inclui condenações por organização criminosa, roubo majorado, tráfico de drogas, associação para o tráfico e receptação. Qualquer informação sobre seu paradeiro pode ser encaminhada de forma anônima para o telefone 0800 510 2828 ou para o e-mail deic-decap@pc.rs.gov.br. VÍDEOS: Tudo sobre o RS