cover
Tocando Agora:

Gestores da clínica Liberte-se viram réus por seis mortes em incêndio no DF; juiz revogou prisões

Polícia Civil conclui inquérito sobre incêndio que matou seis pessoas em clínica do DF A Justiça do Distrito Federal recebeu nesta terça-feira (2) a denú...

Gestores da clínica Liberte-se viram réus por seis mortes em incêndio no DF; juiz revogou prisões
Gestores da clínica Liberte-se viram réus por seis mortes em incêndio no DF; juiz revogou prisões (Foto: Reprodução)

Polícia Civil conclui inquérito sobre incêndio que matou seis pessoas em clínica do DF A Justiça do Distrito Federal recebeu nesta terça-feira (2) a denúncia do Ministério Público do DF contra os responsáveis pela clínica Liberte-se, no Paranoá – onde um incêndio deixou seis mortos e 10 feridos em agosto deste ano. Com isso, se tornam réus por seis homicídios qualificados e 15 tentativas qualificadas de homicídio: Douglas Costa de Oliveira: diretor e proprietário da clínica; Geraldo Ramos de Jesus Júnior: proprietário e gestor da clínica; Jockcelane Lima de Sousa: administradora; Sérgio Rodrigo Rodrigues Gomes: funcionário. Na decisão, o juiz Idúlio Teixeira da Silva também revogou as prisões preventivas dos denunciados – da lista, Geraldo Ramos não tinha sido preso e era considerado foragido. O magistrado acolheu os argumentos do próprio Ministério Público, que considerou desnecessário manter os réus presos. O juiz também acolheu a posição do MP para arquivar os indiciamentos da Polícia Civil pelos crimes de associação criminosa, maus-tratos e cárcere privado. Na visão do MP e do magistrado, não havia provas suficientes para continuar a investigação ou o processo sobre esses crimes. Uma vez soltos, os acusados deverão comparecer mensalmente em juízo para informar suas atividades e manter vínculo com o processo. Além disso, foi imposta a proibição de contato, por qualquer meio, com as vítimas sobreviventes – garantindo a proteção delas durante a tramitação do caso. Veja como ficou clínica atingida por incêndio no DF TV Globo Conclusão do inquérito A Polícia Civil do Distrito Federal concluiu o inquérito sobre o incêndio nesta segunda (1º). A investigação confirmou que as vítimas estavam trancadas nos alojamentos quando as chamas começaram e, por isso, tiveram dificuldade para escapar. De acordo com o delegado Bruno Cunha, da 6ª Delegacia de Polícia, os internos também estavam sedados por medicamentos – o que reduziu ainda mais a chance de fuga. A hipótese de que o fogo tenha começado em razão de um curto-circuito foi descartada. A Polícia Civil acredita que as chamas foram acidentais, mas não conseguiu cravar a origem. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 DF no WhatsApp. Segundo a Polícia Civil, o alojamento que pegou fogo estava trancado com cadeado. Havia três extintores – vazios e do lado de fora. Cerca de 20 internos estavam dentro da sede no momento do incêndio, enquanto outros 26 ocupavam dormitórios externos. DF: 5 pessoas morrem em incêndio em clínica irregular de recuperação de dependentes Incêndio revelou série de problemas O incêndio na Chácara 420, no Paranoá, abriu uma série de investigações sobre a atuação das clínicas do Instituto Terapêutico Liberte-se no Distrito Federal. O Instituto Liberte-se possui três clínicas: Paranoá (Chácara 420): unidade que pegou fogo e estava sem licença e sem laudos do Corpo de Bombeiros. Paranoá (Chácara 470): interditada após fiscalização, operava com licença da Vigilância Sanitária vencida; mantinha 63 internos. Lago Oeste (Sobradinho II): funcionava sem alvará e já tinha ordem de interdição desde 2024, mas ainda assim seguia recebendo pacientes. A Defesa Civil realizou uma vistoria técnica na clínica após o incêndio e constatou: graves danos estruturais com risco de colapso do telhado; fissuras e trincas nas paredes; madeiramento danificado pelo fogo; janelas sem vidros e grades parcialmente arrancadas. A Defesa Civil apontou risco de colapso estrutural na chácara 420 e determinou interdição total. Incêndio em casa de recuperação de dependentes químicos no Paranoá. CBMDF/Divulgação Irregularidades e informações desencontradas O caso expôs falhas de fiscalização. Inicialmente, o DF Legal afirmou que a unidade incendiada estava regular, mas depois reconheceu que houve confusão entre os endereços das chácaras 420 e 470, que ficam separados por 500 metros de distância. "A validade da licença para funcionamento da clínica na chácara 470 venceu no mês passado. Dessa forma, a chácara 470 está irregular no momento, mas as licenças não estavam vencidas no ano passado, quando foi feita a fiscalização. O funcionamento na chácara 420 também não está previsto no licenciamento existente para o CNPJ da empresa localizada na 470. Dessa forma um funcionamento na 420 também seria irregular”, afirmou o DF Legal. A reportagem do g1 também teve acesso ao parecer de viabilidade da clínica situada no Lago Oeste, com vistorias de vários órgãos. Apesar das graves denúncias, a única irregularidade apontada no documento é a ausência de licenciamento para a produção de ovos no local, o que motivou o pedido de interdição. Além disso, órgãos do GDF admitiram não ter realizado fiscalizações nas semanas entre o incêndio e a prisão de três responsáveis pela unidade do Lago Oeste. PCDF faz operação em unidade do Instituto Liberte-se que pegou fogo no Paranoá Divulgação/PCDF LEIA TAMBÉM: COMPRA DO BANCO MASTER: depoimento do ex-presidente do BRB à Polícia Federal é adiado TCDF AUTORIZOU: concurso da Caesb suspenso desde setembro tem prova marcada Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.