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Suspensão de tarifas por Trump 'é passo na direção certa', diz Celso Amorim

Celso Amorim atribuiu suspensão ao sucesso das negociações promovidas pelo governo brasileiro SERGIO LIMA/AFP via Getty Images O assessor especial para Assun...

Suspensão de tarifas por Trump 'é passo na direção certa', diz Celso Amorim
Suspensão de tarifas por Trump 'é passo na direção certa', diz Celso Amorim (Foto: Reprodução)

Celso Amorim atribuiu suspensão ao sucesso das negociações promovidas pelo governo brasileiro SERGIO LIMA/AFP via Getty Images O assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, avaliou que a suspensão das tarifas de 40% sobre alguns produtos agrícolas brasileiros feita pelo governo dos Estados Unidos e anunciada nesta quinta-feira (20/11) é "um passo na direção certa". "É uma medida positiva. É resultado de um trabalho cuidadoso no nível político, diplomático e no das negociações. É um passo na direção certa", disse o embaixador pouco antes de embarcar para a África do Sul, onde será realizada a Cúpula de Líderes do G20, grupo que reúne as 20 maiores economias do mundo. No entanto, um integrante do governo brasileiro que falou à BBC News Brasil em caráter reservado apontou que apesar da sinalização positiva do governo americano, a redução das tarifas desta quinta-feira ainda não resolve totalmente o imbróglio. Segundo esta fonte, a medida corrige o que ele classificou como um "erro" cometido pelos americanos em julho ao anunciar a tarifa de 40% com a principal justificativa de que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estaria sofrendo uma perseguição política classificada por Trump como uma "caça às bruxas" que precisava parar. EUA retiram tarifas de 40% de alguns produtos brasileiros O integrante do governo acrescentou que é preciso haver uma negociação para a redução das tarifas sobre produtos manufaturados brasileiros que ainda enfrentam sobretaxas. Um outro funcionário do governo brasileiro ouvido pela BBC News Brasil em caráter reservado chamou atenção para o fato de que o decreto assinado por Trump fazer uma menção direta às conversas mantidas com Lula. Segundo ele, essa menção serviria tanto como um recado aos negociadores brasileiros, indicando que o processo deverá continuar, quanto aos integrantes do governo americano que, eventualmente, ainda apoiem Bolsonaro Nesta quinta-feira, o governo americano anunciou a retirada de tarifas de 40% sobre café, alguns cortes de carne bovina, açaí, manga e cacau. A medida, segundo o decreto, vale para as mercadorias que chegaram aos Estados Unidos a partir do dia 13 de novembro. Desde a aplicação do tarifaço, o governo brasileiro reagiu afirmando que não cederia à pressão americana e que o julgamento de Bolsonaro seguiria de acordo com os trâmites determinados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos começou a dar sinais de que poderia diminuir em setembro, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Donald Trump se encontraram em Nova York, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas. O encontrou, segundo relatos, durou menos de um minuto e abriu caminho para uma aproximação entre os dois. No dia 26 de outubro, os dois voltaram a se encontrar, na Malásia, na sua primeira reunião bilateral. Na ocasião, a dupla acertou que as diplomacias dos dois países deveriam se encontrar nas semanas seguintes para dar sequência às negociações sobre o tarifaço.